Debbie Aynsley, de 46 anos, cortadora de moldes para a indústria de confecção, moradora em Lee, no sul de Londres, fora quase totalmente vegetariana durante 20 anos. Porém, há dois anos verificou que se sentia cada vez mais fatigada e que sofria de depressão, de síndroma pós-menstrual, alterações de disposição e síndroma de cólon irritável.
Foi consultar a nutricionista Alison Loftus, na Clínica Hale, em Londres. Depois de um questionário bastante pormenorizado, Alison pôde atribuir aqueles sintomas à alimentação desequilibrada de Debbie. «Descobri que tinha falta de ferro, zinco, magnésio, manganês e crómio, bem como de uma série de vitaminas B», explica Alison. Comenta Debbie: «Tornei-me um tanto preguiçosa e não estava a comer alimentos frescos em quantidade suficiente nem pensava muito naquilo que comia. Alison prescreveu-me uma dieta de desintoxicação durante 14 dias e uma alimentação mais variada.
Levou tempo, mas aqueles sintomas desapareceram e os meus níveis de energia voltaram ao normal.»
Não comer carne pode também ser problemático para os adolescentes, principalmente para as raparigas. Lyndel Costain, porta-voz da Associação Dietética Britânica, diz: «Uma em cada seis mulheres jovens não come carne e uma em cada três tem uma ingestão de ferro que as põe em risco de anemia.
Os substitutos da carne também podem requerer muitos temperos e podem ser muito salgados. Alguns contêm mais do dobro da gordura e cerca de três vezes mais de gordura saturada do que a carne. Outro perigo é não comer lacticínios que contêm vitamina B12 e cálcio.«Os vegetarianos que não comem lacticínios diariamente correm o risco de ficarem sem as quantidades suficientes daqueles elementos», afirma Costain.
Tom Sanders, professor de nutrição no King's College, de Londres, afirma que a deficiência de vitamina B12 pode causar graves lesões irreversíveis no sistema nervoso. Também se preocupa com o leite de soja, outra alternativa popular entre os vegetarianos.